22.6.14

Inverno

A estação onde a energia se recolhe para o interior; época em que necessitamos de repouso e do aconchego das pessoas que realmente amamos. Não é uma época para contatos sociais superficiais (festas, badalações), que cabem melhor na primavera e no verão, pois no inverno estamos mais emotivos e precisamos de intimidade e de relacionamentos baseados na sinceridade, na nossa verdade interior.

O inverno está relacionado com o elemento Água, que flui ininterrupta e tranqüilamente, contornando os obstáculos, buscando o caminho de menor resistência. Assim também são nossas emoções – fluindo espontaneamente quando em equilíbrio. Os meridianos ligados a este elemento são rins e bexiga
Podemos sentir o fluxo da energia através deles quando permanecemos em posturas como: Paschimottanasana, Halasana, Pada Hasthasana


Alimentação
Nesta estação o elemento fogo está mais escondido, por isto precisamos de mais calor em nossa alimentação. Podemos acrescentá-lo utilizando alimentos assados ou que exijam maior tempo de cozimento. 
O sabor ligado ao elemento água é o salgado; seu excesso pode prejudicar a energia de R/B.
Como a água já é fria e úmida, convém moderar a ingestão de alimentos desta natureza. É o momento de utilizar na alimentação as frutas secas – uvas passas, nozes, amêndoas, avelãs, sementes de abóbora e de girassol, castanhas, amendoim (cuidado para não salgá-los). Também vão bem as raízes, especialmente nabo, bardana e cenoura, os feijões em geral, deixados de molho na véspera e temperados com sementes torradas e moídas: coentro, mostarda, e ervas aromáticas – cebola, alho e gengibre.
Cuidado com o excesso de produtos de origem animal, que sobrecarregam a energia dos rins; prefira peixes pequenos de água salgada (sardinha, manjuba, ...)


Alimentação anímica
O repouso, a contemplação, o livre fluir da vida – sem planos e sem temores. A água está relacionada com a sabedoria, que reconhece a impermanência de todas as coisas. O afeto não pode ser comprado ou barganhado, e no entanto ele é a única fonte real de felicidade nesta vida passageira. Contemplando a natureza, a beleza que reside na simplicidade de nossas crianças, desenvolvemos uma sensação de humildade e de gratidão. 


Em desequilíbrio R/B geram o medo que contamina tudo na nossa vida, impedindo o raciocínio objetivo, criando o pânico. 
A ansiedade é uma forma difusa deste medo, pois ela nos leva a querer trazer o futuro para o presente, para controlá-lo, evitando surpresas que gerariam o medo. 
As dificuldades nos relacionamentos afetivos muitas vezes nascem deste mesmo medo de se abrir para o desconhecido; criamos uma imagem ideal do “outro” e nos relacionamos com ela, para nos sentirmos seguros. 
 

Quando endurecemos nossos sentimentos acabamos criando pedras nos rins, pois tudo que não flui endurece ou apodrece.
Estes são apenas alguns traços de um quadro que é muito mais rico e inspirador.  Espero que o praticante de yoga possa, através de sua própria observação e percepção, acrescentar novas e coloridas pinceladas neste esboço.