Esta é uma
pergunta que muitos dos alunos trazem ao começar a prática; eu acredito que
antes de responder um sim categórico é preciso pesquisar o que é a
ansiedade, de onde vem esse sentimento tão comum nos dias de hoje e que tanto
sofrimento nos causa. Tenho ouvido muito que ansiedade é excesso de futuro, mas
acho essa explicação meio simplista; concordo que uma das características dessa
emoção é a pré-ocupação constante com o amanhã, mas de onde vem esse sentimento¿
Na ansiedade
estamos sempre tentando controlar os acontecimentos, bem como nossas reações a
eles, nossas emoções, o que gera uma constante tensão no corpo e na mente;
tentamos controlar porque temos medo de falhar, de perder algo, de não sermos
bem sucedidos o bastante, amados o bastante, bons o bastante. Nossos tempos são
impiedosos com aqueles que não ostentam o padrão de realização imposto pela
sociedade e por isso desde cedo somos pressionados e pressionamos nossas
crianças a fazer mais, se destacar mais, não ficar para trás. Esta é uma fonte
tremenda de ansiedade, mas há ainda muitos outros fatores: muitas vezes
atravessamos períodos em que nos sentimos ameaçados, seja na infância se
crescemos em meio a situações difíceis, ou em algum outro momento aonde tivemos
que estar constantemente preparados para um perigo iminente. Creio ser
importante analisarmos estes fatores, encará-los de frente e ter a consciência
que esse momento passou; hoje como adultos podemos lidar de uma forma mais
serena com as expectativas, as cobranças e mesmo com as situações em que nos
sentimos ameaçados.
Mas esse é o
primeiro passo, pois mesmo trazendo para a consciência as raízes de nossa
ansiedade, nosso corpo ainda guardará a memória da nossa história...e aí entra
a yoga. Ao fazermos as posturas de yoga
não estamos apenas trabalhando o corpo físico, mas estamos trabalhando nossos
canais energéticos – que a yoga chama de nadhis, e a medicina chinesa de
meridianos; estamos permitindo que a energia bloqueada neles comece a ser liberada.
Por isso é tão importante observamos nossas sensações, pensamentos e emoções
enquanto praticamos; eu particularmente não acredito que a simples execução
mecânica das posturas, sem a consciência possa trazer um real benefício para a
libertação da ansiedade, ou de qualquer outra emoção aflitiva que
carregamos. Por essa razão sempre insisto com os alunos em fazer devagar, sem
esforço (pois aí entramos na competição alimentando ainda mais a ansiedade) e
observando o que surge, sem julgar, apenas percebendo.
Os
meridianos relacionados com a ansiedade são Estômago e seu par, o
Baço-Pâncreas, ligados à energia da terra, ao centro do nosso corpo, à sensação
de estar com os pés no chão, apoiados, protegidos pela Grande Mãe. Voltar ao
nosso centro é desenvolver presença, estar no Agora, esse é o grande antídoto contra a ansiedade e o trabalho sobre
esses meridianos pode nos auxiliar muito nessa “volta para casa”.
Outra
grande aliada na mudança do estado ansioso é a respiração; simplesmente passar
2-3 minutos por dia, de manhã e à noite observando a respiração, levando-a até
o abdômen já traz um efeito extremamente benéfico, mas, sobretudo, reflita na
raiz de sua ansiedade e jogue a luz da consciência sobre o que até então era um
comportamento automático.
Deixe
abaixo suas dúvidas, críticas e comentários, assim poderemos refletir
juntos!
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