9.10.10

Sob o signo de Libra

Em 18 de setembro tivemos o workshop sobre o signo de Libra, que marca o início da nossa primavera.

Vênus, que os gregos chamam de Afrodite, é o planeta que rege Libra. Sempre perto do Sol, tem um ciclo de oito anos, muito usado no começo da história humana em culturas agrícolas.

Deusa que personifica o arquétipo da união, da intimidade, do amor, Afrodite representa a liberdade do amor - o compartilhar em condições de igualdade. Essa deusa antiqüíssima simboliza a criação da vida através da relação, a procriação. 

O mito de Afrodite, como todos, se transforma com a cultura. Ela nasce do mar onde Crono (Saturno) atira os genitais de Urano após a castração. Nascida em Chipre, segundo o mito grego, tem origem no Paleolítico, como a deusa dos mamutes, a Grande Deusa Mãe da vida-morte-vida. Será Ishtar, Inana, Cibele, Ísis e por fim Afrodite, em povos diferentes.

Na Idade do Ferro se transformará na Afrodite olímpica, num panteão patriarcal onde Zeus comanda com seu raio. Mesmo aí será a mais independente das deusas, escolherá como marido Hefestos, o forjador do raio de Zeus, e terá vários filhos com vários deuses. 

Entre seus mitos mais conhecidos está o de seu amor pelo mortal Adônis, que retoma o de Ishtar-Dumuz, babilônio. Adônis sendo muito belo, atrai o amor de Afrodite, mas o jovem caçador é morto por um javali. Afrodite o coloca no mundo inferior sob a guarda de Perséfone, escondido numa arca. Mas Perséfone também se apaixona pelo jovem, a ambas o disputam. Zeus media o conflito, e Adônis passa a viver parte do ano no mundo dos vivos com Afrodite, e parte no mundo dos mortos com Perséfone. Esse mito, semelhante do da própria Perséfone, simboliza o ciclo anual das plantas mais importantes para os povos agrícolas.
Outro mito fala do papel de Afrodite na guerra de Tróia, uma das três deusas que causaram a desgraça de Páris e da cidade. Uma cena de vaso grego mostra Páris apavorado, impedido de fugir por Hermes, que o obriga a entregar a maçã da Discórdia (Éris) a uma delas. 

O tema do amor será esquecido na Idade Média e retomado ao final dela, anunciando a Renascença, através dos trovadores do século XI, a oeste da Grécia: o amor cortês de Tristão e Isolda, Parsifal e Conduiramour, Lancelot e Guinevère.

No mapa pessoal, aspectos de outros planetas a Vênus indicam a forma de viver o amor, a criação, a união: enfatizam, ou dificultam. 

Esta primavera, este equinócio, aconteceu com a Lua cheia coincidindo com o eixo de planetas lentos que está formado há meses no céu: a Lua junto a Urano e Júpiter, o Sol junto a Saturno, e Plutão na quadradura dos dois.