22.3.14

Outono

Entramos num período de recolhimento, nos preparando para enfrentar o inverno. É a época em que colhemos aquilo que estivemos cultivando desde a primavera. Tempo de alegria e de compartilhar; não semeamos e nem cuidamos sozinhos daquilo que foi plantado. Quer tenhamos consciência ou não, sempre há companheiros de jornada; às vezes, aquele que apontou falhas e criticou nossos projetos foi nosso melhor mestre. Nossos filhos são também grandes mestres quando (especialmente na adolescência) nos apontam características nossas que nos desagradam.  Enfim, há muito para auto-observar, não para se punir ou sentir diminuído, mas para desenterrar os tesouros ocultos dentro de nós e lapidá-los. 

O outono está relacionado com o elemento Metal, que se encontra no interior da terra e exige esforços para ser extraído. Os meridianos ligados a este elemento são pulmão e intestino grosso
Podemos sentir a energia fluindo por eles quando permanecemos no Tadasana (postura da montanha), Virabhadrasana


Alimentação
O sabor ligado ao metal é o picante; seu excesso pode desequilibrar P/IG. 
A energia do metal é de natureza seca e pesada, portanto podemos equilibrá-la com alimentos de natureza leve. Assim sendo, devemos tomar cuidado com açúcar e laticínios, cujo excesso de consumo, nesta fase, aumenta a produção de mucos, prejudicando o intestino (diarréia, gases) e os pulmões (resfriados, sinusites, rinites, ...)
Cooperam com a energia do metal: raízes, como cenoura, nabo comprido, bardana, lótus, mandioquinha, e os sabores picantes dos temperos – cebola, alho, gengibre, salsão. Caldos com missô ajudam a limpar os pulmões e beneficiam a flora intestinal. O chá verde (Ban-chá) também favorece o intestino. O mel de abelhas é o melhor adoçante para esta fase.
Como a energia do metal é seca o organismo pede muita água durante o outono.


Alimentos anímicos
A energia se harmoniza, nesta estação, através do contato com as montanhas, grutas, as pedras de onde brotam água, as cachoeiras. É tempo de refletir sobre aquilo que plantamos e colhemos, pranteando as nossas perdas, para deixar que elas se vão. Através da paz e tranqüilidade vamos adquirindo interiormente a certeza de que só aceitando as perdas haverá renovação
Quando em desequilíbrio, a energia do metal gera: dificuldade de desapegar-se (no corpo isto se converte em prisão de ventre), mágoa, ressentimento, desejo exagerado de manter tudo e/ou todos sob controle, o que torna impossível relaxar e fluir com a vida.

Texto de Valéria Prado